É isso mesmo! Pode deixar que o Mickey pega o dinheiro pra você!
Tanta ~facilidade~ só poderia ter um nome fantástico: MagicBand, a pulserinha spychip do Pateta. Ok, o slogan fui eu que inventei mas o nome é esse mesmo: MagicBand porque se trata de uma wristband com RFID que a Disney pretende colocar para funcionar em seus parques ainda neste ano. Com ela, você vai poder fazer compras eletronicamente, abrir a porta de seu quarto de hotel, estacionar o carro sem pegar papelzinho e, se for mais ousado e desencanado com a privacidade, poderá ser cumprimentado pelo nome pelos personagens do seu Walt..
O RFID é um chip milimétrico, nesse caso instalado em uma pulseira, que emite dados a curtas distâncias. Tem sido testado principalmente em esquemas anti-furto (a matéria do Independent que estou usando como fonte fala de um experimento em que barbeadores Gillete equipados com RFID foram monitorados por câmeras, que acompanhavam seu percurso pelos corredores de um supermercado).
O Coachella, popular festival da Califórnia, usa um sistema com RFID. Steve Daly, um cara pago pelos fabricantes da tecnologia, vende o peixe dele:
“Você pode colocar diferentes módulos sobre ele: ingressos e controle de acesso, pagamentos sem papel, integração de mídia social … Então você pode ter dessa pessoa dados cadastrais – sua idade, código postal -, juntamente com o que eles gostam de consumir, quem são seus amigos e onde eles gostam de se socializar. Este é um dado muito rico que não é realmente disponível em qualquer outro lugar. ”
É isso aí, além de pagar o ingresso você ainda entrega seu perfil de consumidor pros caras. Mas, poxa, o treco pode postar automaticamente no Facebook que show você tá vendo, massa né?
O que desperta o receio dos que questionam o uso da tecnologia é a integração de dados, que se torna possível e fácil, praticamente trivial. A anonimização é, em tese, possível, mas isso tira pouco do valor de uso comercial dos dados pessoais. Além disso, dada as facilidades, a questão de aderir ou não ao sistema se torna uma falsa escolha: números da própria indústria apontam que a aceitação vai pra mais de 90%.