pingando a internet inteira

por Rafael Evangelista em 9 de maio de 2013, Comentários desativados em pingando a internet inteira

Olha o desenho aí embaixo. Foi o retorno que um sujeito conseguiu ao tentar fazer um ping na internet inteira.

Você provavelmente nunca ouviu falar de HD Moore, mas até algumas semanas atrás todos os dispositivos de Internet no mundo, talvez incluindo alguns em sua própria casa, foram contactados cerca de três vezes ao dia por uma pilha de computadores em pleno superaquecimento em um quarto. “Eu tenho um monte de equipamentos de refrigeração para garantir que minha casa não pegue fogo”, diz Moore

(…)

Moore já colocou a diversão em pausa. “Isso levou a um monte de reclamações, mensagens de ódio e chamadas de atenção de figuras da lei”, diz ele. Mas os dados coletados revelaram alguns problemas de segurança graves e a exposição de alguns sistemas comerciais e industriais vulneráveis​​, dos tipos utilizados para controlar tudo, desde de semáforos à infra-estrutura de energia.

O censo de Moore envolveu o envio regular de mensagens simples, automatizadas, para cada um dos 3,7 bilhões de endereços IP atribuídos a dispositivos conectados à Internet em todo o mundo (…). Os dois terabytes (2000 gigabytes) de respostas recebidas, vindos de 310 milhões de IPs, mostram que eles vieram de dispositivos vulneráveis, com falhas conhecidas ou configurados de uma maneira que poderia permitir alguém assumir o controle deles.

Matéria da Technology Review

Direitos Civis contra Stingray

por Rafael Evangelista em 9 de maio de 2013, Comentários desativados em Direitos Civis contra Stingray

Segue o bonde da vigilância.

Tem nome de vilão do 007, mas é um dispositivo de vigilância para o qual juízes americanos acabaram de dar um joinha.

O Stingray, às vezes descrito como um “IMSI catcher”, é um transceptor usado pelo FBI para localizar os suspeitos. (…) ele envia um sinal que engana os telefones de uma determinada área, fazendo-os entrar em uma rede falsa. Grupos de liberdades civis questionaram a legalidade da implantação do Stingray, sobretudo porque ele intencionalmente reúne dados de telefones de pessoas inocentes e interfere com os sinais de uma maneira que pode ser considerada ilegal pela Lei Federal de Comunicações.

 

geolocalização como biometria

por Rafael Evangelista em 9 de maio de 2013, Comentários desativados em geolocalização como biometria

Sabe essas câmeras que filmam a Marginal, em São Paulo, só caguetando o pessoal que está furando o rodízio? Pois bem, agora imagina o banco de dados de todas essas câmeras X9 do país inteiro. A EFF não está contente porque, segundo uma pesquisa publicada pela Nature, com esses dados seria possível identificar pessoas com 95% de certeza.

Fotografando uma única placa de licença, uma vez, em uma rua da pública, pode não parecer problemático. Mas quando os dados são colocados em um banco de dados, combinado com outros scans dessa mesma placa em outras ruas da cidade, e armazenados para sempre, ele pode se tornar muito revelador. Informações sobre a sua localização ao longo do tempo pode mostrar não só onde você vive e trabalha, mas suas crenças políticas e religiosas, seus hábitos sociais e sexuais, suas visitas ao médico e suas associações com os outros. E, de acordo com pesquisa recente da revista Nature, é possível identificar 95% dos indivíduos com apenas quatro pontos de dados geoespaciais, selecionados aleatoriamente (local + tempo), fazendo com que os dados de localização se tornem o identificador biométrico último.

Em inglês, que fica mais apoteótico:

THE ULTIMATE BIOMETRIC IDENTIFIER

O original da EFF: Automated License Plate Readers Threaten Our Privacy

aprenda (com a Al Qaeda) a defender-se dos drones israelenses

por Rafael Evangelista em 29 de abril de 2013, Comentários desativados em aprenda (com a Al Qaeda) a defender-se dos drones israelenses

Ó o drone, fica ligeiro maluco!

Vem do Hacked Freedom.

Hoje começo um novo projeto, que vai me levar para o Egito turnê por um mês, pegando esses cartazes contendo 15 instruções para proteger-se dos drones.

As instruções foram elaboradas a partir de documentos da Al-Qaeda, são mais de 10 anos de concepção e experimentação de estratégias para se defender contra drones dos EUA no Afeganistão.

Nestas instruções foram retirada todas as referências à guerra e à al-Qaeda. São projetadas com fins pacíficos e com o único propósito de oferecer aos civis inocentes de uma série de ferramentas para se protegem dos veículos aéreos não tripulados com materiais comuns e/ou com lixo: carros velhos, eletrodomésticos danificados, etc, que podem ser usados para a construção de dispositivos, tais como inibidores de freqüência, cegando de câmeras, etc.

O drone que aparece na foto é o Israel Hebron, é omais comum que sobrevoa o Egito para entrar e sair da Faixa de Gaza e da Península do Sinai.

A península do Sinai, junto com o Afeganistão, Iêmen e Somália, é uma das áreas do mundo com maior presença de drones. Embora os drones de Israel não ataquem diretamente o Egito, apenas em Gaza, as pessoas que vivem perto da fronteira também podem usar essas ferramentas para protegerem seus amigos palestinos.

FBI japonês tentando bloquear o Tor (e presumindo culpa)

por Rafael Evangelista em 24 de abril de 2013, Comentários desativados em FBI japonês tentando bloquear o Tor (e presumindo culpa)

Matéria da Wired UK:

Autoridades no Japão estão tão preocupadas com a sua incapacidade de lidar com crimes cibernéticos que estão pedindo a provedores do país para bloquearem o uso do Tor.

De acordo com o [site] Mainichi, a Agência Nacional de Polícia (NPA, um pouco como o FBI japonês) vai demandar aos provedores que bloqueiem os clientes se eles estiverem “abusando” do Tor. O Tor esconde o tráfego, o que poderia ser lido como uma presunção de culpa de quem anonimiza sua atividade na web.

Isso porque, recentemente, os japoneses foram humilhados por um tal de Demon Killer. O figura espalhou um monte de ameaças de morte em fóruns de discussão e a polícia prendeu algumas pessoas, cujo IP parecia ser a origem. Lógico, apareceram até umas “confissões”. Porém, as ameaças continuaram e a polícia teve que se desculpar e soltar todo mundo.

Problema é que o Tor é uma ferramenta utilíssima em lugares onde a vigilância eletrônica é forte. E essencial para ativistas de todo o mundo. Sem Tor não haveria Wikileaks, por exemplo.

Tor é uma ferramenta valiosa para os ativistas que vivem sob regimes repressivos e para qualquer um que pode querer fazer alguma coisa online anonimamente (como denunciantes, por exemplo). Bem, “abuso” de meios como o Tor não é algo de definição clara. E já que, por definição, você não pode realmente saber o que alguém faz quando está usando o Tor, uma proibição geral parece ser a verdadeira intenção.

Agora vai lá baixar o Tor que é muito massa e fácil de usar: https://www.torproject.org/

 

NetObama, Barackline, ObamaLarga (sugere aí um nome pra internet grátis dos gringos)

por Rafael Evangelista em 24 de abril de 2013, um comentário

Enquanto aqui no Brasil o Plano Nacional de Banda Larga vai de mal a pior, com o Paulo Bernardo pagando de amigão das teles, os Democratas estão criando o seu Bolsa Orkut.

Matéria da Slate fala do subsídio à conexão banda larga, proposto recentemente no Congresso dos EUA

Acesso à Internet de banda larga em breve poderá ser adicionado a um programa do FCC que subsidia serviços telefônicos para os consumidores de baixa renda. Três membros do Congresso introduziram a Lei de Adoção de Banda Larga de 2013, que acrescenta acesso à banda larga como uma opção para Lifeline – um programa FCC começou em 1985 para ajudar as pessoas a pagar por telefones, para que pudessem se conectar ao trabalho, família e serviços de emergência.

(…)

Em uma série de reformas no ano passado, o FCC lançou um programa piloto para adicionar o acesso de banda larga em conjunto com a Lifeline, para telefones fixos e celulares. A nova legislação iria tornar essa oferta de banda larga permanente. As famílias que se qualificam para a assistência só podem obter desconto em um dos serviços, ou seja, eles têm que escolher entre uma conexão de banda larga, um telefone fixo ou um telefone celular.

A Slate faz coro a favor:

Ainda assim, o acesso à Internet de alta velocidade é um aspecto crítico da vida de hoje, e muito mais útil do que um telefone fixo padrão. A Internet é a nossa principal forma de se manter conectado. E subjacente a tudo, desde a procura de emprego para a tecnologia educacional. Em um nível global, os Estados Unidos ocupam o 15 º em termos de adoção de banda larga per capita, ficando atrás de países como Coréia do Sul, Reino Unido e Alemanha. Mesmo tendo a Lifeline problemas no passado, a sua missão é ajudar as pessoas a pagar ligações ao emprego, família e serviços. Quem pode dizer que a Internet não é a melhor maneira de fazer isso?

o hoax que quase custou a eleição de Maduro na Venezuela

por Rafael Evangelista em 24 de abril de 2013, 3 comments

O direitoso ABC.es, da Espanha, aprontou mais uma.

Na véspera da eleição presidencial de domingo, na Venezuela, apareceu uma história condenatória afirmando uma relação corrupta entre o candidato de esquerda, Nicolas Maduro e o ícone esportivo latino-americano  Diego Maradona. O jornal espanhol de direita ABC publicou a história, que se espalhou como rastilho de pólvora por toda a internet, chegando a milhões de pessoas na Venezuela durante as eleições – que Maduro venceu por menos de 300 mil votos. O único problema é que a história era uma completa invenção e o ABC sabia.

O colunista do Open Democracy, Asa K Cusack, teve um estalo sobre como a história não batia, checou, e passou toda a véspera da eleição tentando derrubar a história falaciosa. Sem sucesso. Um trechinho da tenacidade do rapaz:

Pareceu-me estranho. Maradona é um esquerdista por convicção, ele tem uma tatuagem de Che Guevara em seu ombro direito, ele convive com Fidel Castro para se divertir; por que ele precisa ser pago para apoiar Maduro? Eu também sabia que esta história poderia fazer grandes danos. Os venezuelanos são loucos por aparelhos móveis e no dia anterior a uma eleição fundamental todos estariam ligados no Twitter, Facebook, e sites de notícias.

(…)

Traçando a história do começo, eu achei que a ABC estava citando The Guardian como sua fonte, embora não tenha fornecido o link original. Pesquisando o The Guardian não havia nada, o que parecia impossível se a matéria realmente existiu.

(…)

Tomando um novo rumo, em 8:50 eu decidi pedir esclarecimentos ABC via seção de comentários da própria história. Eu postei uma pergunta via Disqus (como usado pelo The Independent) pedindo a fonte original, e o comentário foi publicado no site. Na seguinte vez que chequei  ele tinha sumido.

(…)

Nesse meio tempo, mais da grande mídia tinha embarcado na história. O equivalente do Financial Times da Venezuela, El Mundo, tinha twitado isso (175.000 seguidores), assim como o NTN24 Latina (430 mil) e o proeminente defensor da oposição José Rafael Marquina (473000), entre muitos outros. O gênio saiu da garrafa.

Ah, a internet, esse telefone sem fio maldoso. A saga toda é bacana, vale ler o texto original.

Cusack conclui.

Não havia nenhuma razão para acreditar que a história tenha se baseado em fatos; as fontes eram inexistentes ou fracas, a premissa ilógica e os motivos para a propagação de uma história falsa, neste momento, são óbvios. No entanto, os meios de comunicação regionais a venderam inquestionavelmente  ao redor do continente. A oposição venezuelana a consumiu e regurgitou com entusiasmo. Na política venezuelana, a verdade é muitas vezes imaterial; “dá-me uma mentira útil todos os dias!”

Assim como os comentaristas internacionais gostam de trompetear o papel das mídias sociais na Primavera Árabe, este relato mostra que elas podem ser abusados enormemente nos Estados onde a primavera está distante.

um tuíte pode fazer seu dinheiro virar pó

por T. C. Soares em 23 de abril de 2013, Comentários desativados em um tuíte pode fazer seu dinheiro virar pó

Por um ou dois minutos o mercado global viveu o apocalipse depois que o twitter da Associated Press foi hackeado e mandou uma notícia falsa.

Pouco depois da uma da tarde, a conta de Twitter da Associated Press foi hackeada. Um único tweet falso foi mandado de cara:

“Urgente: Duas explosões na Casa Branca e Barack Obama está ferido.”

Um grupo chamado Exército Eletrônico da Síria rapidamente assumiu a autoria. Apesar de não soar de modo algum como a notícia de um news wire, a mensagem foi, obviamente, retuitada instantaneamente milhares de vezes. Então, isso aconteceu:

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O Dow Jones Industrial Average caiu 150 pontos em questão de minutos, sumindo com US$ 150 bilhões de dólares. Claro, assim que alguém parou pra ver a Casa Branca e reparou que ela não tinha de fato explodido — e que o secretário de imprensa trabalhando lá negou o reportado — o mercado corrigiu a si mesmo e se recuperou voltando exatamente para onde estava quando tudo começou.

Não foi a primeira vez. Não faz muito tempo, uns perfis fakes e umas notícias falsas já fizeram um pessoal perder uma grana.

PAREM OS ROBÔS ASSASSINOS!

por Rafael Evangelista em 22 de abril de 2013, um comentário

É sério. OPLANOBCORP apóia essa ideia (www.stopkillerrobots.org) e informa que este post foi produzido com uso de 0 (zero) robôs assassinos.

Ao longo da última década, a ampliação do uso de veículos não tripulados armados mudou dramaticamente a guerra, trazendo novos desafios humanitários e legais. Agora os rápidos avanços na tecnologia estão resultando em esforços para desenvolver armas totalmente autônomas. Essas armas robóticas seriam capazes de escolher e disparar em alvos por conta própria, sem qualquer intervenção humana.

um cientista quer descobrir se vivemos numa simulação de computador

por T. C. Soares em 17 de abril de 2013, 3 comments

Sério caras.

A teoria diz basicamente que qualquer civilização que pudesse evoluir para uma fase “pós-humana” quase certamente aprenderia a executar simulações na escala de um universo. E que, dada a dimensão da realidade – milhares de milhões de mundos, sóis na casa dos bilhões – é bastante provável que, se isso é possível, já aconteceu.

E se aconteceu mesmo? Bem, então a probabilidade estatística é de que estamos localizados em algum lugar nessa cadeia de simulações dentro de simulações. A alternativa – de que somos a primeira civilização, no primeiro universo – é virtualmente (sem trocadilhos), um absurdo.

(…)

Agora outra equipe desenvolveu um teste de fato para ver se essa teoria tem alguma esperança de ser comprovada.

O professor Martin Savage, da Universidade de Washington, diz que enquanto nossas próprias simulações de computador podem modelar um universo na escala do núcleo de um átomo, já existiriam “assinaturas de restrições de recursos”, o que poderia nos dizer se modelos maiores são possíveis.

(…)

“Se você fizer simulações grandes o suficiente, algo como o nosso universo deve surgir”, disse Savage ao serviço de notícias da Universidade de Washington.

Do Huffington Post.

(Via @wescraven)