o hoax que quase custou a eleição de Maduro na Venezuela

por Rafael Evangelista em 24 de abril de 2013, 3 comments

O direitoso ABC.es, da Espanha, aprontou mais uma.

Na véspera da eleição presidencial de domingo, na Venezuela, apareceu uma história condenatória afirmando uma relação corrupta entre o candidato de esquerda, Nicolas Maduro e o ícone esportivo latino-americano  Diego Maradona. O jornal espanhol de direita ABC publicou a história, que se espalhou como rastilho de pólvora por toda a internet, chegando a milhões de pessoas na Venezuela durante as eleições – que Maduro venceu por menos de 300 mil votos. O único problema é que a história era uma completa invenção e o ABC sabia.

O colunista do Open Democracy, Asa K Cusack, teve um estalo sobre como a história não batia, checou, e passou toda a véspera da eleição tentando derrubar a história falaciosa. Sem sucesso. Um trechinho da tenacidade do rapaz:

Pareceu-me estranho. Maradona é um esquerdista por convicção, ele tem uma tatuagem de Che Guevara em seu ombro direito, ele convive com Fidel Castro para se divertir; por que ele precisa ser pago para apoiar Maduro? Eu também sabia que esta história poderia fazer grandes danos. Os venezuelanos são loucos por aparelhos móveis e no dia anterior a uma eleição fundamental todos estariam ligados no Twitter, Facebook, e sites de notícias.

(…)

Traçando a história do começo, eu achei que a ABC estava citando The Guardian como sua fonte, embora não tenha fornecido o link original. Pesquisando o The Guardian não havia nada, o que parecia impossível se a matéria realmente existiu.

(…)

Tomando um novo rumo, em 8:50 eu decidi pedir esclarecimentos ABC via seção de comentários da própria história. Eu postei uma pergunta via Disqus (como usado pelo The Independent) pedindo a fonte original, e o comentário foi publicado no site. Na seguinte vez que chequei  ele tinha sumido.

(…)

Nesse meio tempo, mais da grande mídia tinha embarcado na história. O equivalente do Financial Times da Venezuela, El Mundo, tinha twitado isso (175.000 seguidores), assim como o NTN24 Latina (430 mil) e o proeminente defensor da oposição José Rafael Marquina (473000), entre muitos outros. O gênio saiu da garrafa.

Ah, a internet, esse telefone sem fio maldoso. A saga toda é bacana, vale ler o texto original.

Cusack conclui.

Não havia nenhuma razão para acreditar que a história tenha se baseado em fatos; as fontes eram inexistentes ou fracas, a premissa ilógica e os motivos para a propagação de uma história falsa, neste momento, são óbvios. No entanto, os meios de comunicação regionais a venderam inquestionavelmente  ao redor do continente. A oposição venezuelana a consumiu e regurgitou com entusiasmo. Na política venezuelana, a verdade é muitas vezes imaterial; “dá-me uma mentira útil todos os dias!”

Assim como os comentaristas internacionais gostam de trompetear o papel das mídias sociais na Primavera Árabe, este relato mostra que elas podem ser abusados enormemente nos Estados onde a primavera está distante.

um tuíte pode fazer seu dinheiro virar pó

por T. C. Soares em 23 de abril de 2013, Comentários desativados em um tuíte pode fazer seu dinheiro virar pó

Por um ou dois minutos o mercado global viveu o apocalipse depois que o twitter da Associated Press foi hackeado e mandou uma notícia falsa.

Pouco depois da uma da tarde, a conta de Twitter da Associated Press foi hackeada. Um único tweet falso foi mandado de cara:

“Urgente: Duas explosões na Casa Branca e Barack Obama está ferido.”

Um grupo chamado Exército Eletrônico da Síria rapidamente assumiu a autoria. Apesar de não soar de modo algum como a notícia de um news wire, a mensagem foi, obviamente, retuitada instantaneamente milhares de vezes. Então, isso aconteceu:

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O Dow Jones Industrial Average caiu 150 pontos em questão de minutos, sumindo com US$ 150 bilhões de dólares. Claro, assim que alguém parou pra ver a Casa Branca e reparou que ela não tinha de fato explodido — e que o secretário de imprensa trabalhando lá negou o reportado — o mercado corrigiu a si mesmo e se recuperou voltando exatamente para onde estava quando tudo começou.

Não foi a primeira vez. Não faz muito tempo, uns perfis fakes e umas notícias falsas já fizeram um pessoal perder uma grana.

PAREM OS ROBÔS ASSASSINOS!

por Rafael Evangelista em 22 de abril de 2013, um comentário

É sério. OPLANOBCORP apóia essa ideia (www.stopkillerrobots.org) e informa que este post foi produzido com uso de 0 (zero) robôs assassinos.

Ao longo da última década, a ampliação do uso de veículos não tripulados armados mudou dramaticamente a guerra, trazendo novos desafios humanitários e legais. Agora os rápidos avanços na tecnologia estão resultando em esforços para desenvolver armas totalmente autônomas. Essas armas robóticas seriam capazes de escolher e disparar em alvos por conta própria, sem qualquer intervenção humana.

um cientista quer descobrir se vivemos numa simulação de computador

por T. C. Soares em 17 de abril de 2013, 3 comments

Sério caras.

A teoria diz basicamente que qualquer civilização que pudesse evoluir para uma fase “pós-humana” quase certamente aprenderia a executar simulações na escala de um universo. E que, dada a dimensão da realidade – milhares de milhões de mundos, sóis na casa dos bilhões – é bastante provável que, se isso é possível, já aconteceu.

E se aconteceu mesmo? Bem, então a probabilidade estatística é de que estamos localizados em algum lugar nessa cadeia de simulações dentro de simulações. A alternativa – de que somos a primeira civilização, no primeiro universo – é virtualmente (sem trocadilhos), um absurdo.

(…)

Agora outra equipe desenvolveu um teste de fato para ver se essa teoria tem alguma esperança de ser comprovada.

O professor Martin Savage, da Universidade de Washington, diz que enquanto nossas próprias simulações de computador podem modelar um universo na escala do núcleo de um átomo, já existiriam “assinaturas de restrições de recursos”, o que poderia nos dizer se modelos maiores são possíveis.

(…)

“Se você fizer simulações grandes o suficiente, algo como o nosso universo deve surgir”, disse Savage ao serviço de notícias da Universidade de Washington.

Do Huffington Post.

(Via @wescraven)

O inverso do impostômetro é mais massa e tem mais noção

por Rafael Evangelista em 15 de abril de 2013, Comentários desativados em O inverso do impostômetro é mais massa e tem mais noção

As mais ricas, mais poderosas corporações estão roubando centenas de milhares de milhões de dólares do nosso tesouro a cada ano por esquivarem-se de seus impostos – enquanto o resto de nós paga a conta e aceita a austeridade. Então nós fomos onde eles vivem.

 

E você pode jogar também, você pode atirar na GE, no CITIBANK!!! Vai lá http://taxevaders.net/

Via Facebook do The Yes Men.

Scanners 3D já alcançam 1 km

por Rafael Evangelista em 13 de abril de 2013, Comentários desativados em Scanners 3D já alcançam 1 km

E além da visão além do alcance já capturam objetos “não cooperativos”

Pesquisadores desenvolveram um novo sistema de câmera 3D que pode capturar pulsos de laser dos chamados objetos “não cooperativos” – feitos de superfícies que até não refletem adequadamente a luz laser, como tecidos. (…) A outra melhoria grande para este scanner é o seu alcance – de acordo com os investigadores, imagens precisas ao nível milimétrico podem ser geradas a partir de até um quilômetro de distância. Eventualmente, a equipe espera que o alcance da câmera seja dez vezes maior.

Imagens capturadas pelo scanner:

Mas a mais arguta observação vem de um comentário da matéria da The Verge:

A próxima onda de vigilância depois das câmeras em drones é de scanners 3D em drones. Dessa forma, eles podem identificar quem você é, onde você está, e o tamanho da sua bunda.

mudança na lei de direitos autorais na austrália pode incluir mecanismos de uso justo

por T. C. Soares em 13 de abril de 2013, Comentários desativados em mudança na lei de direitos autorais na austrália pode incluir mecanismos de uso justo

A Austrália está revendo sua lei de direitos autorais e talvez rolem grandes mudanças.

Ao que parece a Comissão Australiana de Reforma Legislativa (ALRC, na sigla original), em reunião realizada ontem, revelou algumas das reformas propostas, a serem lançadas oficialmente num paper no final de maio. Ouvimos de algumas pessoas presentes no encontro que as informações reveladas na reunião deveriam ser mantidas em segredo, mas parece que a Australian Law Library Association queimou a largada com alguns tweets, felizmente, reveladores.

O tweet chave é o que revela que a ALRC irá recomendar que o Uso Justo seja implementado na Austrália. Uma grande e excelente notícia. Claro, agora é ver de perto como a indústria do entretenimento terá um chilique completo sobre como o Uso Justo seria terrível pro país.

Essa parte sobre a indústria do entretenimento fazendo de tudo pra tratorar possíveis mudanças na lei de direitos autorais é coisa bem familiar pra quem acompanhou o debate no Brasil nos últimos três anos. Mais sobre o conceito de Uso Justo em direitos autorais pode ser visto aqui.

Do TechDirt.

@mapamundi

por T. C. Soares em 13 de abril de 2013, Comentários desativados em @mapamundi

Cientistas usaram o Twitter pra fazer um mapa das línguas do mundo.

Cerca de seis milhões de pessoas ao redor do mundo postam no Twitter, produzindo cerca de 650 mil novos tweets por dia. E 1% destes incluem localizações geográficas. A combinação entre idioma e local permitiu a cientistas calcular a língua dominante de determinada região. Eles apresentaram seu trabalho no Encontro de Março da Sociedade Americana de Física. [Delia Mocanu et al., Language Geography from Microblogging Platforms].

Os pesquisadores tiveram acesso livre a um décimo de todos os tweets, que foram processados por um detector de linguagem automatizado. Ao jogar as línguas do Twitter num mapa, foram reveladas fronteiras altamente precisas para os países europeus – uma boa prova do conceito por trás do esforço. Em uma escala muito menor, a geografia do Twitter refletiu os pequenos bolsões de falantes de coreano e russo em bairros de de Nova Iorque.

É interessante como esses processos de mapeamentos baseados na leitura de fluxos de informação deve mudar a própria noção que temos dos mapas. Acho.

Da Scientific American.

por apenas $3.99 você pode ler este texto na versão plus

por T. C. Soares em 12 de abril de 2013, Comentários desativados em por apenas $3.99 você pode ler este texto na versão plus

Sabe quando você empresta o celular pra alguma criança curtir um jogo e depois fica sabendo que ela gastou 60 dólares em vidas extras avatares carrinhos especiais novos inimigos? Então, o governo britânico vai investigar isso.

O governo britânico abriu uma investigação para descobrir se crianças vem sendo incorretamente orientadas a baixar jogos gratuitos que ofereçam apps de compras. O Office of Fair Trading (OFT), disse que investigará se desenvolvedores de jogos estão “potencialmente enganando” crianças, ou se estão adotando “práticas comerciais agressivas” para que façam compras em jogos gratuitos para dispositivos móveis ou a web. O OFT é a autoridade do Reino Unido dedicada a consumidores e concorrência (…) e já investigou (e aprovou) a aquisição do Instagram pelo Facebook por U$ 1 bilhão.

a nasa quer rebocar um asteroide

por T. C. Soares em 11 de abril de 2013, 2 comments

Metade da coisa é aprender a ir pra Marte, metade é convencer investidores a minerar no espaço.

A NASA quer identificar algum asteróide interessante voando no espaço profundo, descobrir uma maneira de capturá-lo, empurrá-lo para a nossa região planetária e, então, deixá-lo em órbita ao redor da lua, anunciou a agência na quarta-feira.

A captura será feita roboticamente, e o asteróide re-localizado se tornaria um destino para que os astronautas o exploressem — e, possivelmente, para que empresários espaciais o minerassem.

Essas metas incluem aprender a identificar asteróides vindo ao nosso encontro e mudar seu curso, encontrar destinos aonde astronautas possam ir na tentativa de aprender como viajar para Marte, e demonstrar oportunidades para investidores do espaço.

(…)

Como explicado por Paul Dimotakis, um dos cientistas do Institute for Space Studies trabalhando no projeto, a física do empreendimento requer que NASA mire um asteróide relativamente pequeno (de 500 a 1.000 toneladas). Ele precisa ter a consistência de lama seca e estar numa trajetória que o levaria para perto da Terra e da Lua, mesmo sem um rebocador.

Da National Geographic.