♫ Bolha, bolha, olha bolha ♫ (de bitcoins)

por Rafael Evangelista em 10 de abril de 2013, Comentários desativados em ♫ Bolha, bolha, olha bolha ♫ (de bitcoins)

Em pouco mais de um mês, o valor do bitcoin, aquela moeda da internet amada pela direita liberalóide sem garantia de um Banco Central, foi de US$ 13,50 para US$ 250,00. Te parece uma bolha? Bom, é o que está todo mundo achando.

Agora, a parte mais louca dessa história é a origem dessa alta procura pela moeda. Segundo a Vanity Fair:

O que causou este salto sem precedentes, que se traduz em um retorno de 4 mil porcento em um ano? O consenso geral é de que a crise financeira no Chipre, que levou a propostas para mexer contas bancárias nacionais, desencadeou um pânico entre os espanhóis, que temiam que o tumulto iria atravessar o Mediterrâneo e colocar as suas poupanças em risco. Números tão grandes de eles converteram seus euros em Bitcoins digitais.

Mas é mentira que a parte mais louca da história é esse último boom. TODA a história do bitcom é louca.

Essa matéria da Wired, de 2011, é bem boa e conta toda a história, desde a criação até uma outra bolha já vivida pelo bitcoin. Começa assim:

Em 01 de novembro de 2008, um homem chamado Satoshi Nakamoto postou um trabalho de pesquisa, para um lista eletrônica obscura de criptografia, descrevendo seu projeto para uma nova moeda digital que ele chamou de bitcoin. Nenhum dos veteranos da lista tinha ouvido falar dele, e a pouca informação que poderia ser adquirida era obscura e contraditória. Em um perfil online, ele disse que viveu no Japão. Seu endereço de e-mail era de um serviço gratuito alemão. Pesquisas do Google para o seu nome não mostraram nenhuma informação relevante, era claramente um pseudônimo. Mas enquanto o próprio Nakamoto pode ter sido um quebra-cabeça, a sua criação resolveu um problema que tinha perplexo criptógrafos por décadas. A idéia de dinheiro digital – conveniente e indetectável, liberado da fiscalização dos governos e dos bancos – tinha sido um tema quente desde o nascimento da Internet. Cypherpunks, o movimento de 1990 de criptógrafos libertários, dedicaram-se ao projeto. No entanto, todos os esforços para criar dinheiro virtual tinha fracassado. ECash, um sistema anônimo lançado no início de 1990 por criptógrafo David Chaum, falhou em parte porque dependia das infra-estruturas existentes de empresas de cartão de crédito e do governo. Outras propostas surgiram: bit gold, RPOW, b-money. Mas nenhuma decolou.

A Vanity Fair vê a valorização atual do bitcoin como um sinal do seu maior problema: ele não é uma moeda de verdade, o pessoal tá entrando nisso como “investimento” (ou seja, especulação). A revista dá três motivos pra se manter uma distância segura do bitcoin:

– Se você não consegue descobrir que desenvolveu o instrumento financeiro, fique longe

– Se um hacker pode roubar todo o seu dinheiro acessando o seu computador, fique longe.

– Quando um grande player financeiro se refere a um investimento como parte de um “esquema”, fique longe (O Banco Central europeu publicou um estudo recentemente dizendo que o problema do esquema bitcoin é de assimetria de informação, ou seja, a rapaziada tá entrando nessa sem entender muito bem do que se trata e como a coisa funciona)

ah vá

por T. C. Soares em 10 de abril de 2013, Comentários desativados em ah vá

E descobriram que é bem possível que terroristas também se interessem em descolar uns drones.

Segundo relatório do Project 2049 Institute (publicado no TechCrunch.com), drones militares baratos estão no horizonte, o que poderia ser problema caso caiam nas mãos de pequenas células terroristas. O relatório do instituto adverte que a China iniciou seu programa de drones, o que tornaria mapeamento aéreo e possíveis ataques muito mais fácil para grupos pequenos.

“Em qualquer cenário de conflito para os próximos cinco ou dez anos, a proliferação de UAVs (sigla em inglês para “veículos aéreos não pilotados”) deverá complicar as coisas para os militares dos EUA”, disse Ian Easton, um dos autores do relatório.

fahrenheit ios

por T. C. Soares em 10 de abril de 2013, Comentários desativados em fahrenheit ios

E a Apple proibiu que aplicativos de quadrinhos rodando em seus dispositivos vendessem o novo gibi do Brian K. Vaughan (autor de “Y: O Último Homem” e “Ex Machina”, e roteirista de Lost). Parece que a justificativa tem a ver com cenas de sexo gay.

Vaughan (mais conhecido por “Y: O Último Homem”), emitiu uma declaração dizendo que Saga nº 12 não seria vendida pelo Comixology ou qualquer aplicativo de terceiros para o iOS. “Como já deixamos claro desde a primeira página da nossa primeira edição, Saga é a proverbial série para o ‘leitor adulto'”, escreveu. “Infelizmente, por causa de duas imagens de sexo gay do tamanho de um selo postal, a Apple está proibindo que o nº 12 de Saga, que vai sair amanhã, seja vendido através de qualquer aplicativo para o iOS. É uma tristeza, especialmente porque nossa revista já mostrou imagens que eu consideraria muito mais gráficas anteriormente, mas fazer o quê.”

Do The Verge.

posteridade lá vou eu

por T. C. Soares em 9 de abril de 2013, Comentários desativados em posteridade lá vou eu

A British Library vai adicionar bilhões de páginas de internet e tweets ao seu acervo.

Material de 1 bilhão de páginas de quase 5 milhões de sites .uk, além de tweets públicos e entradas do Facebook, são preservados para o registro histórico em seis bibliotecas no Reino Unido e Irlanda.

O projeto visa preservar um registro digital de eventos e obras culturais e intelectuais que complemente os arquivos impressos tradicionais, e começa no sábado.

Seus organizadores dizem que cópias de cada tweet público e entrada de Facebook no Reino Unido poderia, eventualmente, ser incluído. O esforço também irá cobrir ebooks e edições de jornal para iPad, entre outras formas digitais.

(…)

A triagem irá incluir material de áudio e video embedado, mas a regulamentação não abrange mídias como o YouTube ou o Spotify. Posteriormente, o projeto buscará identificar sites do Reino Unido em domínios .org e .com.

(…)

Roly Keating, executivo-chefe da British Library, disse que há “um perigo muito real” de milhões de páginas da web, e-publicações e outros itens não impressos “caiam pelas rachaduras de um sistema que foi concebido primariamente para capturar tinta e papel”.

Do Guardian.

pedra e vidraça

por T. C. Soares em 2 de abril de 2013, Comentários desativados em pedra e vidraça

E começou o trabalho do Assange pra montar na Austrália o Partido do Wikileaks.

“A (rede de rádio) ABC (áudio) e (o jornal) Canberra Times (texto) relatam que (o advogado, político e escritor) Greg Barns e Julian Assange se uniram para formar o Partido WikiLeaks (…) “Barns disse segunda-feira que concordou em ser o diretor de campanha do Partido WikiLeaks após conversas com o Sr. Assange, que anunciou que concorrerá ao Senado (pelo estado de) Victoria, na eleição federal de 14 de setembro. ‘O partido oferecerá um novo ar de mudança para a cultura de pouca transparência do governo australiano, (presente) tanto nos mandatos do partido Trabalhista ou quanto do Liberal”, afirmou”

Do Slashdot.

longe dos olhos, longe do coração

por T. C. Soares em 2 de abril de 2013, Comentários desativados em longe dos olhos, longe do coração

Esse infográfico dinâmico registra os ataques e mortes causados pelos drones dos EUA desde 2004. Seu nome é “Out of sight, out of mind”, e foi produzido pela agência Pitch Interactive.

outofsight-outofmind

Desde 2004, os EUA praticam um novo tipo de operação militar clandestina. A justificativa para a utilização de drones para eliminar alvos inimigos é atraente – elimina o risco de perda de tropas americanas, é muito mais barato do que destacar de soldados, e mais fácil de manobrar politicamente (ou seja, mandar um drone no Paquistão versus o envio de tropas), e mantém o mundo no escuro sobre o que está realmente acontecendo. Isso leva o conflito para longe dos olhos e longe do coração. A taxa de sucesso é muito baixa, e o custo em vidas civis e no bem-estar geral da população, é muito alto. Este projeto ajuda a trazer luz sobre os drones. Não para falar a favor ou contra, mas para informar e permitir que você veja por si mesmo se acha que deve apoiar o uso de drones.

(…)

Os dados primários utilizados nesta visualização vem de um conjunto de dados mantido pelo Bureau of Investigative Journalism (BIJ). O BIJ é uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de educar o público e os meios de comunicação sobre as realidades do mundo de hoje e o valor da reportagem honesta. Embora houvesse outras fontes de dados sobre ataques de drones, o BIJ parecia ter a coleção mais imparcial de informações.

Porque o Governo dos EUA não divulga informações sobre os ataques, os dados precisaram ser coletados em campo pelos repórteres.

Sério, é muito massa.

despertar das máquinas

por T. C. Soares em 1 de abril de 2013, Comentários desativados em despertar das máquinas

Um pesquisador de Stanford chamado Drew Endy pretende revolucionar a biologia programando células como computadores.

Transistores são simples interruptores liga/desliga. Computadores são feitos de muitos milhões desses interruptores. E, para programar uma célula, você precisa de uma versão biológica. Como Endy relata esta semana na revista Science, ele conseguiu fazer uma de DNA.

Sua chave, que ele chama de “transcriptor”, é um pedaço de DNA que, usando produtos químicos chamados enzimas, pode ser chaveado para liga e desliga. Endy coloca vários desses interruptores de DNA dentro de bactérias. Então, ele poderia usar as opções para construir circuitos lógicos que programam o comportamento de cada célula. Por exemplo, ele poderia dizer para uma célula mudar de cor na presença tanto da enzima A como da B. É um programa simples: SE uma enzima A E uma enzima B [estão presentes], ENTÃO ela fica verde. Para ver mais em profundidade, confira a explicação do próprio Endy no YouTube.

(…)

Até agora, apenas os circuitos lógicos mais simples funcionam. E Endy dúvida que esses computadores de DNA algum dia superarão um smartphone. Mas esse não é o ponto.

“Estamos construindo computadores que operam em um lugar onde seu celular não vai funcionar”, diz ele.

Ciborgues cara. Imagina.

tropeçando no fio da internet

por T. C. Soares em 1 de abril de 2013, Comentários desativados em tropeçando no fio da internet

Um grupo teria cortado um cabo submarino e com isso afetado globalmente o fluxo de dados da rede mundial de computadores.

Um corte no maior cabo da Internet, que Europa à Ásia, causou grave interrupção de serviço da África ao Paquistão.

Jim Cowie, diretor de tecnologia na Renesys, empresa de medição da internet, disse que partes da África, Oriente Médio, Paquistão e Índia estão “em estado bem complicado” desde que o cabo foi cortado. Estes clientes de Internet obtem a maior parte de seus serviços de internet roteados da Europa e dos EUA, e, quando o cabo foi cortado, alguns perderam totalmente a conectividade.

Cowie disse: “Quando um cabo é cortado assim, um monte de caminhos entre as redes muda radicalmente, o que percebemos dentro de alguns segundos.”

Seacom, uma rede de cabos submarinos que fornece banda larga para a África e é a dona do cabo cortado, disse na quarta-feira que o cabo havia sofrido um corte na costa do Egito. Relatos posteriores dão conta que três homens haviam sido presos por cortar o cabo. Na quinta-feira, a Seacom disse que não poderia confirmar o que teria sido responsável pelo dano.

E bem possível que isso tenha a ver com a cibertreta que anda rolando entre spammers e anti-spammers.

A interrupção veio poucos dias após relatos do que alguns considerariam o “maior ataque cibernético da história.” Esse ataque ocorreu quando um grupo (que, segundo o New York Times, hospedaria o site Cyberbunker), lançou um ataque (DDoS) contra a empresa de filtragem de spam Spamhaus.


Do Guardian.

enxames demoníacos

por T. C. Soares em 1 de abril de 2013, Comentários desativados em enxames demoníacos

Camponeses afegãos estão abandonando suas vilas por medo dos drones.

Rasool e outros aldeões afegãos deram um nome para os drones Predator. Eles os chamam de benghai, o que na língua pashtun significa “zumbido das moscas”. Enquanto explicam como é o barulho, (os aldeões) torcem seus rostos e tentam fazer um som que se assemelha a um exército de moscas.

“São coisas demoníacas que voam tão alto que você não as vê, mas escuta o tempo todo”, diz Rasool, cujo corpo é curvado e encolhido com a idade e voz pouco mais alta que um sussurro. “Noite e dia ouvimos esse som e, em seguida, começa o bombardeio.”

(…)

Rasool disse que sua decisão de deixar a sua casa no distrito de Hisarak veio há quase um mês, depois que um ataque aéreo particularmente agressivo matou cinco pessoas na aldeia vizinha de Meya Saheeb.

75 headshots

por T. C. Soares em 29 de março de 2013, Comentários desativados em 75 headshots

Rolou um encontro de escritores de games nos EUA chamado Game Developers Conference’s Narrative Summit. O uso de violência em narrativas foi assunto central, e a conclusão foi que tiroteios extremos viraram muleta pro pessoal não pensar muito na história.

“Eu não acredito que games violentos tornam as pessoas violentas, ou as fazem menos sensíveis à violência”, diz Walt Williams, autor de Spec Ops: The Line. “Mas eu realmente acho que isso nos deixa insensíveis à violência nos jogos.” Mesmo na guerra, diz ele, quase todo soldado se lembra de cada pessoa que matou – e quando esse número chega a dezenas ou centenas em um jogo, você está muito fora do esquadro de qualquer experiência humana razoável. “Permitimos (nos games) que matar se torne não apenas mundano, mas funcionamento básico – e mais que isso, muleta”.

Escritores tem falado sobre a “dissonância ludonarrativa” – a desconexão a história de um jogo e sua jogabilidade – desde que o termo foi cunhado para BioShock, em 2007. Williams reconheceu o problema e simplesmente tenta abraçá-lo: “precisamos aceitar o fato de que em algumas dessas situações, nossos personagens são hipócritas.”

Do The Verge.